Em Ruínas

sexta-feira, fevereiro 25, 2005

sobre a masturbação e não só

vi há dias o filme Kinsey. logo no discurso inicial que o pai do protagonista faz na missa de domingo há um pouco deste excerto. não, talvez haja muito.
felizmente, gosto de pensar que evoluímos um bocadinho nestas últimas décadas :)

"O sussurro cessou e ele compreendeu claramente que a sua própria alma tinha pecado por pensamentos e por palavras e obras, voluntariamente, através do seu corpo. (...)
Como poderia ter feito tais coisas sem vergonha? Era um louco! Confessa-te! Oh, ficaria novamente livre e limpo de pecados! (...)
- Eu... cometi pecados de impureza, padre!
- Consigo mesmo, meu filho?
- E... com outrem.
- Com mulheres, meu filho?
- Sim, padre.(...)
- É ainda muito jovem, meu filho - disse ele -, e devo implorar-lhe que abandone esse pecado. É um pecado terrível. Destrói o corpo e a alma. É a causa de muitos crimes e muitos infortúnios. Abandone-o, meu filho, pelo amor de Deus. É vergonhoso e degradante. Nunca se sabe aonde esse desgraçado hábito pode levar nem quando ele se voltará contra si. Enquanto cometer esse pecado, não valerá nada para Deus. Rogue a nossa mãe, a Virgem Maria, para que o ajude. Ela ajudá-lo-á, meu filho. (...) E vai prometer a Deus, agora mesmo, que, com a Sua santa graça, nunca mais voltará a ofendê-lO através desse grave pecado".

James Joyce in Retrato do Artista Quando Jovem

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