Em Ruínas

quarta-feira, abril 27, 2005

00h17

eu sabia que me ouvias. foi por isso que te disse aquelas tolices, como se fossem inocentes. e, se ouvisses com mais atenção, percebias: estava tudo ali.
achei que se te imaginasse à minha frente, a olhares-me enquanto conversávamos, seria mais fácil escrever. foste a minha fonte de inspiração. não sei se resulta, não posso avaliar palavras. menos ainda as minhas.
mas posso avaliar-te a cada sonho que crias em mim, a cada sentido que despertas, a cada emoção contida e não revelada.
[foi por isso que te disse aquelas tolices, todas elas]

e julgo-te em cada pedaço do meu corpo que resta longe do teu, imaginando que tens uma dimensão real que consigo tocar. a cumplicidade nasceu bem antes disso. e a atracção também. as palavras têm esse poder. a esta hora, já noite e silêncio me envolvem, e ficaste ao meu lado. como um eco. tão suave, desliza pelo meu pescoço e entra no meu ouvido sem me incomodar. e permanece o tempo necessário. até amanhecer.
[nos sonhos é assim...]

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