Em Ruínas

domingo, maio 15, 2005

sabes que tens nas palavras a força bruta de um punhal. sabes que te oiço sempre, que se sorris comigo o mundo brilha, que se choras comigo me alivias. sabes também que tanto tempo vivido intensamente conta. é por isso que sabes exactamente onde magoar.

ela precisa tanto de ti. tanto que és o cavaleiro andante que lhe defende a honra e os bons costumes. tanto que sabes que ela não tem força para suportar o mundo sem ti. nem o mundo nem apenas uma conversa, em que nem admite que errou.

não sou um poço de crueldade ou indiferença. achas que as coisas não me atingem? e fazem-no principalmente porque o tempo conta e as memórias vividas também.

mas, claro, não podias estar alheio. não podias ter uma opinião calada, ausente. ela não deixa. ou tu não queres. porque ela é tão fraca que precisa de alguém que empunhe a espada que ela não consegue carregar e que a espete com a violência de uma dor que não acaba.

obrigada por seres incondicional. até assim. a ponto de fechares os olhos e não veres para lá disso. estás cego. de amor? não creio. apenas cego, porque não queres ver.

2 comentários:

  • Este post está muito bom ( fora aquilo da espada e da violência...). Tens o dom de envolver quem está distante. Mas quem é cego porque "não quer ver"!?

    By Anonymous Anónimo, at 9:56 da manhã  

  • se ler, a pessoa percebe.

    By Blogger Joana, at 2:03 da tarde  

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