Em Ruínas

terça-feira, maio 31, 2005

revejo-me

"... direi que a loucura, certa loucura, anda muitas vezes de braço dado com a poesia. Assim como custaria muito às pessoas equilibradas serem poetas, talvez custe muito aos poetas serem equilibrados. No entanto, a razão ganha sempre a partida, base da justiça, que deve governar o mundo".

Pablo Neruda in Confesso Que Vivi

domingo, maio 15, 2005

sabes que tens nas palavras a força bruta de um punhal. sabes que te oiço sempre, que se sorris comigo o mundo brilha, que se choras comigo me alivias. sabes também que tanto tempo vivido intensamente conta. é por isso que sabes exactamente onde magoar.

ela precisa tanto de ti. tanto que és o cavaleiro andante que lhe defende a honra e os bons costumes. tanto que sabes que ela não tem força para suportar o mundo sem ti. nem o mundo nem apenas uma conversa, em que nem admite que errou.

não sou um poço de crueldade ou indiferença. achas que as coisas não me atingem? e fazem-no principalmente porque o tempo conta e as memórias vividas também.

mas, claro, não podias estar alheio. não podias ter uma opinião calada, ausente. ela não deixa. ou tu não queres. porque ela é tão fraca que precisa de alguém que empunhe a espada que ela não consegue carregar e que a espete com a violência de uma dor que não acaba.

obrigada por seres incondicional. até assim. a ponto de fechares os olhos e não veres para lá disso. estás cego. de amor? não creio. apenas cego, porque não queres ver.