sabes que tens nas palavras a força bruta de um punhal. sabes que te oiço sempre, que se sorris comigo o mundo brilha, que se choras comigo me alivias. sabes também que tanto tempo vivido intensamente conta. é por isso que sabes exactamente onde magoar.
ela precisa tanto de ti. tanto que és o cavaleiro andante que lhe defende a honra e os bons costumes. tanto que sabes que ela não tem força para suportar o mundo sem ti. nem o mundo nem apenas uma conversa, em que nem admite que errou.
não sou um poço de crueldade ou indiferença. achas que as coisas não me atingem? e fazem-no principalmente porque o tempo conta e as memórias vividas também.
mas, claro, não podias estar alheio. não podias ter uma opinião calada, ausente. ela não deixa. ou tu não queres. porque ela é tão fraca que precisa de alguém que empunhe a espada que ela não consegue carregar e que a espete com a violência de uma dor que não acaba.
obrigada por seres incondicional. até assim. a ponto de fechares os olhos e não veres para lá disso. estás cego. de amor? não creio. apenas cego, porque não queres ver.