Hotel Rwanda
when a country descended into madness and the world closed its eyes, he opened his arms and created a place where hope could survive.
Hotel Rwanda é um grande filme. não pensei, à partida, que fosse fácil gostar. adorei. está nomeado para os Oscar's, em 3 categorias:
- melhor actor principal, Don Cheadle
- melhor actriz secundária, Sophie Okonedo
- melhor argumento original
por tudo o que envolve e representa, será injusto se não ganhar nenhuma estatueta. mas não me surpreenderia, não há prémios mais politicamente correctos do que estes.
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é História. quer se goste ou não, são momentos como este que definem a humanidade. além disso, é um episódio trágico de um massacre que aconteceu no meu tempo (a História afinal constrói-se todos os dias, os nossos dias) e que - é com alguma vergonha que o digo - eu não conhecia. vejam o filme e percebam porquê.
pelas interpretações - Don Cheadle, Sophie Okonedo, Nick Nolte. pela reconstituição histórica. pela banda sonora. pelos cenários. pelo argumento. pela realização. pela verdade fria descrita a cada minuto.
porque me incomodou. no sentido em que me deu um murro no estômago e abriu os olhos para uma crueldade tão distante. porque denuncia a realidade que é o mundo de poder e influência em que vivemos. porque mostra um cenário de massacre e violência sem pudor.
e as cenas que comovem e revoltam:
- o jantar romântico no telhado, com um tiroteio como pano de fundo;
- um recém-nascido nos braços da mãe a mamar, no chão do corredor;
- as crianças que brincam, que dançam, sem perceberem que para lá dessa certeza que é o agora, tudo o resto é destruído;
- o regresso do armazém para o hotel, pela estrada do rio;
- os subornos e os favores;
- o desespero com que Paul procura a família no telhado - terão saltado?
- a tristeza e a impotência dos brancos que abandonam Ruanda e deixam os refugiados para trás;
- os órfãos à chegada, os órfãos no quarto, a procura das meninas... as crianças. sempre;
- e todas as outras que ainda consigo visualizar. são tão fortes que precisam de ser vividas. num cinema perto de ti.